Tokugawa Blues - Capítulo 00.2

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Tradução: Note | Revisão: Pandine

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Capítulo 00.2 – Introdução

 
Ayame Tokugawa não era uma mulher conhecida por sua gentileza.

Na verdade, enquanto seu dia a dia, muitas das vezes ela teria sido descrita como um monstro. Não era segredo que ela não se preocupava em ser atenciosa com os outros e embora de tom desagradável, foi uma atitude que a fez passar inteira pela infância.

Os sentimentos de Ayame Tokugawa eram quebrados e dormentes, mesmo que ela não reconhecesse. Tipicamente incapaz de funcionar como um ser humano deveria, talvez ela tenha simplesmente se acostumado a forçar suas emoções turbulentas até as profundezas de seu estômago. Depois de anos de prática engolindo raiva e medo, era claro que cobraria seu preço. Sempre cobrou.

Mas como era para os humanos deste mundo, monstros também, não era sempre claro se foram feitos para estar em um conto de fadas ou histórias de terror. Nem todos os monstros foram criados à imagem do mal e nem todos os humanos foram criados à imagem da bondade também. Sempre havia uma chance de redenção, mas sempre que chegava, Ayame se convencia a não mudar, pela preservação da sanidade.

De algum modo, porém, apesar de todas suas tentativas de fugir da sensação de compaixão, Ayame sabia que ela não seria sempre desse jeito. Ela não conseguia explicar como ela sabia disso, especialmente pelo mundo não ter feito nada além de se provar um lugar cruel e sem perdão; mas lá, enterrado no fundo de seu peito, havia o lampejo de uma faísca que ameaçava mergulhar seu corpo em emoções, compaixão pelos outros e experimentar aqueles sentimentos ternos e lindos que limpariam seu negro coração ao ouro.

Na rotina de Ayame não havia nada além de morte, destruição e angústia; e os dois últimos assuntos usualmente eram causados por ela. Ela não tinha problema em matar ou mutilar para chegar onde queria – um traço aprendido em sua juventude, que ela tanto desfrutava quanto necessitava. Mas conforme envelhecemos os pesadelos sempre pioram. Isso era algo que Ayame descobriria futuramente em sua vida.

Teria incontáveis noites em que se contorceria em arrependimento e ferveria em sua angústia. Teria outras vezes em que sua garganta ficaria seca de tanto chorar. Vezes em que a inutilidade e a falta de esperança de seu passado ameaçariam abrir suas mandíbulas e engoli-la por inteiro. Sussurros dos mortos ficariam em seus ouvidos. Turbilhões dos traumas que passou e causou aos outros pareceriam infindáveis sempre que fechasse seus olhos.

Mas a Ayame Tokugawa, que atualmente morava neste mundo, não sabia disso ainda e por essa razão, suas ações ainda faziam dela um monstro vazio e indiferente. Determinada a pressionar e sobreviver a cada dia com a tenacidade digna de uma víbora. Mesmo que você a avisasse sobre todo o sofrimento que ela suportaria, ela teria arrancado seus olhos por assumir que a conhecia melhor que ela mesma.

Esse era o tipo de monstro que Ayame Tokugawa era – imprudente.

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